Onde foi parar o filho de Maria Antonieta? DNA desvenda mistério de mais de 200 anos

O mistério de mais de 200 anos sobre o destino de Luís Carlos de Bourbon, herdeiro do trono francês declarado rei Luís XVII após a execução de seu pai, foi finalmente resolvido por meio de análise de DNA. O menino, filho de Luís XVI e Maria Antonieta, havia desaparecido nos porões da Revolução Francesa em 1795, gerando lendas sobre sua possível fuga. Cientistas belgas e alemães confirmaram que ele nunca deixou a prisão.
A chave para desvendar o caso estava no coração do menino, removido durante autópsia e preservado por dois séculos na Basílica de Saint-Denis. A equipe do geneticista Jean-Jacques Cassiman analisou o órgão e comparou o material genético com amostras de cabelo de Maria Antonieta, encontradas em um colar que pertenceu à imperatriz Maria Teresa da Áustria.
Os testes foram reforçados com amostras de sangue de descendentes diretos da imperatriz, incluindo a Rainha da Romênia. Os resultados confirmaram a coincidência exata com a linhagem materna, provando que o coração pertencia ao verdadeiro Luís XVII. A análise demonstrou que ele morreu na prisão aos dez anos, vítima de negligência e doenças.
Com o enigma solucionado, o Ministério da Cultura francês autorizou em 2004 um sepultamento simbólico na Basílica de Saint-Denis. Luís Carlos finalmente pôde descansar junto de sua família real, pondo fim a séculos de especulações sobre dezenas de impostores que haviam reivindicado sua identidade.
