ONU denuncia desmatamento e assassinatos de ativistas no Brasil

A alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, criticou o desmatamento na Amazônia e no Pantanal, alertando para o desmonte dos mecanismos de controle ambiental no Brasil. Ela ainda denunciou os ataques contra ativistas e jornalistas no país.
No Conselho de Direitos Humanos da ONU nesta sexta-feira, Bachelet apresentou seu principal informe sobre os direitos humanos no mundo, citando os locais onde as violações seriam mais sérias. Trata-se de uma espécie de “lista negra” dos casos mais graves de abusos, com cerca de 50 países. O Brasil aparece ao lado de países como Arábia Saudita, Paquistão, China, Etiópia, Rússia e o racismo nos EUA, entre outros.
As críticas ocorrem cinco dias depois do discurso dos ministros Ernesto Araújo e Damares Alves, no mesmo Conselho de Direitos Humanos da ONU. Nenhum dos dois citou o desmonte da aplicação de controles ambientais e muito menos os ataques contra ativistas ou jornalistas.
Damares e Araújo ainda foram criticados em uma carta assinada por mais de 60 entidades da sociedade civil, indígenas, religiosos e quilombolas, alertando que tal apresentação não se referia à realidade dos direitos humanos no Brasil. A ministra, porém, ironizou a carta e, nas redes sociais, escreveu. “Ok. Sem novidades, próximo?”
Não levou muito tempo para que a próxima crítica aparecesse. E, desta vez, pela máxima autoridade da ONU para Direitos Humanos. De acordo com a ex-presidente do Chile, a situação ambiental é especialmente preocupante.
“No Brasil e outros países da Amazônia e do Pantanal, a redução da aplicação das leis ambientais durante a pandemia levou a um aumento da mineração ilegal e do corte ilegal de madeira, com impacto particularmente prejudicial sobre os povos indígenas”, denunciou.
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A questão ambiental não é o único ponto de preocupação na ONU. Outro destaque no discurso é o ataque contra ativistas e jornalistas. “Em toda a região, estou preocupado com os contínuos ataques a ativistas ambientais, defensores dos direitos humanos e jornalistas, incluindo assassinatos, bem como com o uso inadequado de leis criminais para silenciar vozes críticas, disse Bachelet.
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