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ONU: Lobby religioso ameaça direitos da mulher

O Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, na Suíça
Imagem: Xinhua/Xu Jinquan

Da Coluna de Jamil Chade no UOL.

O Brasil é citado em um relatório submetido ao Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) entre países onde a religião é usada como justificativa para impedir que meninas e mulheres tenham acesso à educação sexual, assim como direitos reprodutivos e acesso à saúde sexual.

Desde o início do governo de Jair Bolsonaro, o país modificou sua política externa e de direitos humanos para levar em conta valores religiosos, conforme destacado pela ministra Damares Alves em visita recente a Genebra, na Suíça.

De acordo com o informe, consultas realizadas na América Latina em 2019 chegaram à constatação de que programas de educação sexual e saúde reprodutivas foram cortados no Brasil. Isso, segundo as pessoas ouvidas nas consultas, teria uma relação direta com a “pressão de grupos religiosos”. Países como Paraguai, Equador e Colômbia também estariam registrando tais tendências.

Procurada pela reportagem, o Ministério dos Direitos Humanos não deu uma resposta sobre o conteúdo do informe.

Em declarações à coluna, o relator da ONU para Liberdade Religiosa, Ahmed Shaheed confirmou sua preocupação e indicou que, em suas consultas na América Latina, recebeu relatos de como as ameaças aos direitos de meninas e mulheres são realidades em diversos locais.

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