ONU reúne organizações por liberdade imediata do jornalista Julian Assange

Foto: Peter Nicholls
Na manhã da próxima quinta-feira (22), a ONU (Organização das Nações Unidas) irá reunir organizações internacionais no evento “O caso Assange: solidariedade internacional e as sérias violações e precedentes para a liberdade de imprensa”. O encontro tem o intuito de demandar a liberdade imediata de Julian Assange após decisão de extradita-lo.
O jornalista é procurado por autoridades americanas devido a 18 acusações criminais, incluindo espionagem relacionada ao vazamento, por Wikileaks, de registros militares e telegramas diplomáticos confidenciais que, de acordo com o governo dos EUA, colocou vidas em perigo. Entre 2010 e 2011 ele fez publicações de documentos classificados revelando crimes de guerra e campos de tortura no Iraque e Afeganistão. O jornalista pode sofrer uma pena de até 175 anos em confinamento solitário.
Em janeiro de 2021, o tribunal britânico proibiu a extradição de Julian Assange com base no artigo 91 da Lei de Extradição de 2003. Segundo eles, os “impulsos suicidas do Sr. Assange viriam de seus diagnósticos psiquiátricos e não de seu próprio ato voluntário”, tornando “opressivo” em termos da lei para extraditá-lo”. O tribunal reconheceu que há uma grande probabilidade de que, se extraditado, o Sr. Assange acabe com sua própria vida
No entanto, a ministra do Interior do Reino Unido, Priti Patel, aprovou a extradição de Assange para os EUA em 17 de junho, apesar de serem conhecidos seus flagrantes e numerosos conflitos de interesse, que poderiam invalidar a ordem. Ela foi conselheira política e financiada por um grupo de lobby de direita no parlamento britânico, Amigos Conservadores de Israel (CFI), que também atacaram Assange.
“Esta será uma excelente oportunidade para denunciar as gravíssimas violações dos direitos humanos implicadas no caso Assange, além de pautar o sistema ONU para que tome providências, defendendo as regras do direito internacional, em especial a Carta da ONU e o artigo 3º da Convenção Europeia sobre os Direitos Humanos”, declarou Mara Carvalho, da coordenação executiva da ABJD.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também defendeu o jornalista na última sexta-feira (17).
“Que crime Assange cometeu?”, questionou o petista em evento partidário em Maceió. “Se ele for para os EUA, extraditado, certamente é prisão perpétua e certamente ele morrerá na cadeia”, declarou.