Onyx Lorenzoni deve voltar a ter cargo de 1º escalão na reforma ministerial de Bolsonaro

De Jussara Soares e Natália Portinari no Globo.
O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, deve voltar a despachar no Palácio do Planalto. Enquanto aguarda o resultado das eleições no Congresso, o presidente Jair Bolsonaro faz cálculos de como movimentar as peças no xadrez e avalia entregar ao ex-chefe da Casa Civil o comando da Secretaria-Geral da Presidência. Com essa jogada, a Cidadania, um dos alvos do apetite do Centrão, fica disponível para ser entregue a partidos políticos aliados.
A possibilidade de reacomodar Onyx no quarto andar do Palácio do Planalto passou a ser cogitada após o ministro, filiado ao DEM, ter papel fundamental na articulação para que Arthur Lira (PP-AL), candidato de Bolsonaro à presidência da Câmara, ganhasse apoio dentro da legenda. O movimento criou um racha no partido de Rodrigo Maia (DEM-RJ), que até então vinha declarando apoio a Baleia Rossi (MDB-SP). ACM Neto, presidente do partido, conversou com Onyx Lorenzoni recentemente e ouviu os apelos da ala governista do partido. Com isso, foi convencido a ficar neutro na disputa.
Com esta movimentação, Onyx ganhou como aliado Arthur Lira, que a interlocutores critica o excesso de militares com assento na sede do governo. Bolsonaro também vem relatando reservadamente que está sentindo falta de auxiliares políticos mais próximos.
Atualmente, três generais ocupam assentos no Planalto: Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Walter Braga Netto, que substituiu Onyx na Casa Civil em fevereiro do ano passado. Já a Secretaria-Geral está sendo comandada interinamente depois por Pedro Cesar Nunes, subchefe de Assuntos Jurídicos, desde que Jorge Oliveira deixou o governo no final de 2020 para tomar posse como ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
Dois integrantes do governo disseram ao GLOBO que a decisão da volta de Onyx Lorenzoni para o Planalto já é tratada como definitiva. Outro, por sua vez, diz que a situação é considerada “99% certa” e lembrou que neste governo “nada está totalmente acertado até estar no Twitter.”
(…)