Operação Carne Fraca e briga de sócios geram dúvida sobre finanças da BRF
De Raquel Landim na Folha.
As investigações da Operação Trapaça e a briga entre os sócios pelo comando da BRF estão semeando dúvidas no mercado sobre a saúde financeira da gigante de alimentos.
A companhia, formada pela fusão de Sadia e Perdigão, tem caixa para absorver o primeiro impacto da turbulência, mas a situação inspira cautela, porque a dívida está muito alta.
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Segundo pessoas próximas à empresa, a BRF possui R$ 10 bilhões disponíveis: R$ 7 bilhões em caixa e R$ 3 bilhões de uma linha de crédito pré-aprovada com um sindicato de bancos para emergências.
Os recursos seriam suficientes para cobrir os compromissos de curto prazo, que somam R$ 4,5 bilhões neste ano e R$ 4 bilhões em 2019. A dívida bruta total está em mais de R$ 20 bilhões.
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Até agora, no entanto, o governo federal paralisou apenas os embarques das três unidades da empresa envolvidas no caso. Segundo a Moody’s, o bloqueio afeta menos de 1% das exportações da BRF.
A turbulência, no entanto, deixou o mercado nervoso, principalmente em razão da prisão do ex-presidente Pedro Faria. Desde que as investigações vieram a público, na segunda (5), os bancos estão ligando para a BRF para questionar sua capacidade de pagamento das dívidas.
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Procurada, a BRF não se pronunciou.
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