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Operação Lava Jato no Rio mira dez deputados estaduais em esquema que pagava ‘mensalinho’

De Arthur Guimarães e Marcelo Gomes na TV Globo e GloboNews.

A Polícia Federal cumpre mandados de prisão contra 10 deputados estaduais do Rio de Janeiro e mais 12 pessoas em um desdobramento da Operação Lava Jato. Entre os alvos também está um secretário do governo de Luiz Fernando Pezão (MDB), que não é investigado. Três dos parlamentares já cumprem pena.

A investida, desta vez, mira esquema de compra de apoio político de parlamentares. O alvo é o grupo político da base do MDB do ex-governador Sérgio Cabral, que comanda o estado há mais de 10 anos. O nome da operação é referência a uma sala de reuniões localizada ao lado do plenário da Alerj onde deputados se reúnem para rápidas discussões antes das votações.

A organização criminosa, chefiada por ex-governador preso, pagava propina a vários deputados estaduais, a fim de que patrocinassem interesses do grupo criminoso na Alerj. De acordo com as investigações, o “mensalinho” era resultado de sobrepreço de contratos estaduais e federais. De forma ilícita, os parlamentares eram beneficiados ainda com o loteamento de cargos em diversos órgãos públicos do estado, como o Detran, onde poderiam alocar mão de obra comissionada ou terceirizada.

Os investigados devem responder, na medida de suas participações, pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.

Policiais federais cumprem mandados de busca e apreensão no Palácio Guanabara, sede do Executivo Fluminense, e no anexo da Alerj.

Alguns dos alvos são:

  • Jorge Picciani, deputado afastado, em prisão domiciliar;
  • Paulo Melo, deputado afastado, preso em Bangu;
  • Edson Albertassi, deputado afastado, preso em Bangu;
  • Affonso Monnerat, secretário estadual de Governo;
  • André Correa, deputado estadual e ex-secretário estadual de Meio Ambiente;
  • Leonardo Jacob, presidente do Detran;
  • Vinícius Farah, ex-presidente do Detran.

A operação foi determinada por desembargadores da 1ª Seção Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) e se debruça também sobre a atual gestão do governo estadual, apesar de não haver citação direta ao governador Luiz Fernando Pezão.

(…)

Polícia Federal. Foto: Divulgação/Twitter