Os traumas de animais resgatados das enchentes no RS

Desde o início das enchentes no Rio Grande do Sul, em 29 de abril, cerca de 12.440 animais foram resgatados, de acordo com o último boletim da Defesa Civil. Apesar de estarem a salvo, muitos desses animais apresentam comportamentos ligados a traumas. Em entrevista ao Metrópoles, a médica veterinária comportamentalista Fernanda Rossi explicou que “é possível reabilitar os animais vítimas das enchentes a partir de um manejo gentil e respeitoso”.
Durante o mês de tragédia no estado gaúcho, imagens comoventes mostraram cachorros se lançando na água para alcançar barcos de resgate e gatos chorando em cima de telhados pedindo ajuda. Mesmo em segurança, muitos animais resgatados continuam exibindo comportamentos repetitivos, como subir em casinhas nos abrigos e mover as patinhas como se estivessem nadando.
Fernanda explicou que, embora não haja estudos específicos sobre comportamentos traumáticos em animais após enchentes, é possível recuperá-los com o tratamento adequado. “Começando com um lar definitivo ou temporário, onde o animal possa estar em um local mais tranquilo e controlado. Neste novo lar, permitir que o animal descanse e relaxe em um cômodo afastado e longe de outros humanos e animais”, afirmou.
“O acompanhamento com uma veterinária comportamentalista é crucial para avaliar a saúde clínica e o estado emocional atual, além de elaborar o melhor tratamento para cada indivíduo, que pode incluir manejo ambiental, modificação comportamental, uso de psicofármacos e/ou feromonioterapia”.