Ouvidor diz que invasão de policiais em reunião de apoio a Lula é “risco à democracia”
Do Uol:
O ouvidor da Polícia Militar de São Paulo, Júlio Cesar Neves, classificou como um “risco à democracia” a ação de policiais armados durante uma plenária em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva organizada pelo PT na subsede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em Diadema nesta sexta-feira (11).
Neves comparou o episódio à ditadura militar (1964-1985) e disse que vai cobrar explicações da Secretaria de Segurança Pública. “É algo inédito e precisamos saber de quem partiu a ordem. Isso é um risco à democracia. Em 1964 começou assim”, disse o ouvidor.
Segundo o deputado estadual Luiz Turco (PT-SP), um grupo de pessoas estava reunido na subsede do sindicato sexta-feira à noite para uma homenagem a Lula, que foi alvo de um pedido de prisão do Ministério Público de São Paulo na quinta-feira, e do ex-prefeito de Diadema e ex-secretário municipal de Saúde de São Paulo José de Filippi Junior, quando dois policiais militares armados com metralhadoras entraram no local sem mandado judicial dizendo que foram chamados para averiguar uma “denúncia” de reunião em favor do petista.
“Quando cheguei os policiais estavam em uma sala da diretoria e o nosso pessoal todo do lado de fora. Tentamos negociar a saída deles, mas eles já haviam chamado reforços”, disse o deputado.
Imagens publicadas em redes sociais mostram quatro carros da PM com sirenes acesas na frente da subsede do sindicato. Segundo Turco, os policiais pediram documentos dos participantes da reunião, inclusive parlamentares. Além dele, estavam no local o deputado federal Vicentinho e o estadual Barba, ambos do PT.
“Vamos tomar todas as providências cabíveis. Já preparamos uma representação à Secretaria de Segurança. Isso é um absurdo. Não estamos em 1964”, disse o deputado.