Paçoca de carne de sol: sustança sertaneja na palma da mão

Muito presente nas mesas do sertão nordestino, a paçoca de carne de sol é uma iguaria que carrega história, praticidade e sabor. Diferente da versão doce conhecida em outras regiões do Brasil, ela consiste em uma mistura robusta de carne desfiada, farinha de mandioca e gordura, tradicionalmente socada no pilão. O prato surgiu como alternativa nutritiva para alimentar vaqueiros, lavradores e viajantes que precisavam de uma refeição duradoura e fácil de transportar.
O preparo começa com a dessalga da carne de sol, que é depois frita na manteiga de garrafa até ficar dourada e macia. A carne é desfiada e misturada com farinha de mandioca torrada, cebola refogada e mais manteiga. A mistura é então socada vigorosamente no pilão, o que confere textura e sabor únicos — embora, hoje, muitas famílias usem o liquidificador ou processador como alternativa mais prática.
A paçoca pode ser servida de diversas formas: sozinha, como um tira-gosto ou lanche energético, ou acompanhando banana-da-terra, cuscuz de milho ou feijão verde. Além de versátil, é um símbolo da resistência alimentar do sertão, reunindo ingredientes locais e técnicas ancestrais.
Esse prato representa mais que um alimento: é memória afetiva, cultura viva e expressão da cozinha nordestina em sua essência.