Padre Júlio refuta CPI da Câmara de SP: ‘Não tenho convênio com a Prefeitura’

O padre Júlio Lancellotti negou ter qualquer convênio com a Prefeitura de São Paulo após se tornar alvo de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara Municipal. O vereador bolsonarista Rubinho Nunes (União Brasil), ex-MBL, conseguiu assinaturas de colegas para criar um colegiado e investigar o religioso.
A iniciativa de Rubinho vai criar a CPI das ONGs, que tem como principais alvos duas entidades que realizam trabalho comunitário destinado a população de rua e a dependentes químicos: o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto (Bompar) e no coletivo Craco Resiste.
O bolsonarista acusa Lancellotti de firmar parcerias com as entidades. Em nota divulgada pelo religioso, no entanto, ele esclarece que não tem qualquer “convênio com o poder público” ou qualquer vínculo a atividades que possam ser investigadas pelo colegiado.
Leia a nota do padre Júlio Lancellotti na íntegra:
A instalação de CPIs é uma prerrogativa do poder legislativo, sendo legítimas em suas atribuições. As CPIs devem ter um objetivo delimitado em sua criação, sendo que neste caso, pelo que se tem notícias, o abjeto que trouxe base para criação desta CPI seria a investigação/fiscalização das “Organizações Não Governamentais (ONGS) que fornecem alimentos, utensílios para uso de substâncias ilícitas e tratamento aos grupos de usuários que frequentam a Cracolândia”, ou seja, seria a fiscalização do cumprimento de convênios estabelecidos entre o Poder Público e as organizações conveniadas.
Esclareço que não pertenço a nenhuma Organização da Sociedade Civil ou Organização Não Governamental que utilize de convênio com o Poder Público Municipal. A atividade da Pastoral de Rua é uma ação pastoral da Arquidiocese de São Paulo, que por sua vez, não se encontra vinculada de nenhuma forma, as atividades que constituem o objetivo do requerimento aprovado para criação da CPI em questão.
Fraternamente, Padre Júlio Lancellotti.