Pais são investigados por transfobia após negar nome social ao filho não binário

A Polícia Civil iniciou uma investigação contra os pais da entregadora Duda Taylor Santos Araújo, de 27 anos, após eles se recusarem a chamá-la por seu nome social. Duda, que se identifica como “não binário,” registrou uma queixa contra os pais por injúria, enquanto enviou uma denúncia ao Ministério Público de São Paulo (MP- SP).

Apesar de Duda ter mudado seu nome oficialmente em 2020 para um gênero neutro, seus pais continuam a chamá-la pelo nome masculino. Gravações mostram os pais rejeitando o nome social, o que levou Duda a buscar medidas legais.

“Não vou te chamar [de Duda] e acabou, acabou a conversa. Não adianta ficar enchendo o meu saco, pode parar, não tem conversa”, afirmou a mãe de Duda, segundo uma gravação anexada ao processo e obtida pelo Metrópoles. “Você é homem, com quase 30 anos. Tenha vergonha na cara. Você fica com os seus direitos que eu fico com o meu, que é te chamar [pelo nome civil]”, afirmou o pai, em outra gravação.

Os áudios, onde os pais deixam claro que não usarão o nome social de Duda, foram enviados ao Ministério Público. O MPSP solicitou à Polícia Civil que investigasse o caso como possível crime de transfobia. “Escolhi um nome unissex de propósito, porque faço ambos os gêneros. Até meus 18 anos, tentava me enquadrar num padrão hétero [cisgênero], mas comecei a me questionar”, disse Duda.

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