Palavras que descrevem a natureza estão sumindo da nossa linguagem, diz estudo

Um estudo recente revela que as palavras usadas para descrever a natureza estão desaparecendo gradualmente da língua. O psicólogo Miles Richardson, da Universidade de Derby, analisou a frequência de uso de termos como rio, prado, bico, musgo, costa e galho em livros publicados entre 1800 e 2019, por meio do Google Books Ngram Viewer. A partir daí, constatou um declínio contínuo desses termos associados à natureza desde a ascensão da industrialização
A pesquisa sugere que esse desuso reflete um distanciamento cultural e emocional em relação ao mundo natural. À medida que a sociedade se industrializou e urbanizou, o repertório linguístico vinculado aos elementos naturais foi sendo esquecido. O resultado não é apenas uma perda de vocabulário — é também um sinal de desenraizamento simbólico da natureza em nosso cotidiano
Esse fenômeno preocupa estudiosos da linguagem e cultura, pois indica que nossa conexão com o ambiente diminui até mesmo nas palavras que escolhemos. Sem vocabulário para nomear o natural, corremos o risco de tornar invisível o que nos cerca — e de enfraquecer nossa sensibilidade ecológica.