Para 64% dos brasileiros, o aborto é decisão exclusiva da mulher
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Na pesquisa, foram entrevistados 2 mil brasileiros, homens e mulheres, de 16 a 65 anos ou mais, de 143 municípios do Brasil. Segundo a coordenadora do grupo CDD Rosângela Talib, esses números mostram que, para a sociedade, a vida reprodutiva da mulher é uma questão privada e não de instituições.
“É importante que os deputados, senadores e o presidente conheçam o posicionamento da sociedade, que não condiz com o que está sendo estipulado por nossas lideranças”, pontua.
Embora os líderes religiosos católicos representem um dos principais obstáculos às mudanças legais em favor do aborto, a opinião deles sobre a decisão da interrupção ser da mulher se mostra em sintonia com o total de brasileiros: 65%. Entre o grupo de evangélicos, a maioria (58%) também acredita na autonomia da mulher.
Para Talib, a existência da bancada da Bíblia não deveria ser um empecilho para avançar nas causas de direitos humanos.
“Essa decisão cabe apenas à mulher. O aborto vai além de religião. É questão de saúde pública”, justifica a coordenadora, que ressalta a importância da queda nos índices de mortalidade entre as mulheres com a descriminalização e legalização do aborto em outros países.
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No Brasil, o aborto é permitido somente em casos de anencefalia do feto, em casos de estupro, e quando a gestação representa risco para a vida da mulher.