Para Cássia Kiss, “é Sérgio Moro na terra e Deus no céu”

 

Da coluna de Mônica Bergamo na Folha:

A atriz Cássia Kis conversa com o repórter Bruno Fávero em uma sala do Projac, complexo de estúdios da TV Globo, quando seu colega Marcos Palmeira entra, pede licença e a puxa de lado. “E aí, o que achou? Só faltou falar um pouco mais da questão do Moro, né?”, diz Palmeira. “Foi ótimo, foi ótimo, aquela abertura que ele fez…”, responde a atriz.

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“Ele”, no caso, é o procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol, que na véspera desta entrevista deu uma palestra para um grupo de artistas na casa de Cássia, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

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A impressão deixada por um dos principais nomes da Lava Jato foi a melhor possível. “É um homem brilhante, brilhante. Acho que é… olha, nem consigo achar um adjetivo para ele”, diz a atriz.

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Preocupada com os rumos do país, ela tem se engajado cada vez mais em discussões sobre a política brasileira. E a Lava Jato é um dos poucos pontos positivos que vê.

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“É Moro na terra e Deus no céu”, resume. “Essa frase tem que ser gravada no Brasil inteiro. Não é possível alguém querer ir contra a Lava Jato.” E emenda: “Tô falando isso, mas nem sei se eu tô conversando com um petista…”.

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Ela diz que já teve “muita simpatia” pelo partido de Lula e chegou a assistir a comícios do ex-presidente em São Bernardo, mas se decepcionou, tanto com a sigla quanto com o líder. “Lula nunca teve boas companhias e nada pode ser pior do que isso.”

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Mas o problema do país, opina, não é só dos partidos. “Nós vamos sair desta crise. E depois? Vai ter outra crise. O sistema não funciona. Eu falo pro meu filho: ‘Joaquim, eu preciso que você trace seu objetivo para daqui a um ano e meio. Até lá, o que você vai fazer?’. Precisamos pensar: qual será o Brasil dos próximos cem anos?”

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“Cada vez que eu tô no sinal dentro do meu carro e vejo aqueles boys maravilhosos de 30 anos vendendo guarda-chuva, negros lindos eles chegam perto de mim e eu penso: ‘África, nos perdoe, por favor!’. São tantos os homens lindos que não conseguem avançar por conta do Estado”, diz.

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Ela fala enquanto come com talheres de plástico a comida embalada em uma caixinha de papel que pediu no delivery de um restaurante. Mais tarde gravaria uma cena da novela das 23h, “Os Dias Eram Assim”, que se passa durante a ditadura militar.

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A atriz critica movimentos que pedem a volta do regime militar e diz temer a ascensão do candidato Jair Bolsonaro (PSC). “Uma loucura. Uma loucura. Uma loucura. Uma loucura. Uma loucura”, diz.

(…)

 

Kiko Nogueira

Diretor do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

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Kiko Nogueira

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