Para defender cloroquina, Nise Yamaguchi faz interpretação errada de estudos
Do UOL:

A médica oncologista e imunologista Nise Yamaguchi, que defende o uso da cloroquina no tratamento da covid-19, interpretou de forma equivocada alguns estudos citados durante entrevista ao UOL, nesta segunda-feira (18).
(…)
“A cloroquina em doses altas a gente sabe que mata, nem precisa desses estudos”
Nise criticou um estudo feito no Amazonas por pesquisadores da Fiocruz e que foi publicado no respeitado periódico científico JAMA. A pesquisa tentou justamente encontrar qual a dose segura da cloroquina. Para isso, os cientistas testaram duas doses diferentes do medicamento em voluntários. Todos os pacientes receberam esclarecimento prévio sobre o objetivo da pesquisa e assinaram TCLE (Termos de Consentimento Livre e Esclarecido).
A porção mais alta, citada por Nise, por exemplo, foi a mesma usada em alguns hospitais da China. As primeiras conclusões do estudo brasileiro apontaram que pacientes graves com covid-19 não devem usar a dose recomendada pelo consenso de tratamento chinês, “por causa de seus potenciais riscos à segurança, especialmente quando tomados concomitantemente com azitromicina e oseltamivir”.
Em um texto publicado pela própria Fiocruz, o pesquisador Marcus Vinícius Lacerda, investigador principal do estudo, disse que os resultados apresentados servem como um alerta, oferecendo evidências mais robustas para protocolos de tratamento da doença. “Segundo Lacerda, não é possível afirmar, no momento, que uso da cloroquina tenha eficácia no tratamento dos infectados com o novo coronavírus”, diz a reportagem.
(…)