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Para desespero de Trump, Pix conquista Portugal e já é aceito em supermercados

Supermercado em Portugal anuncia que aceita pagamento em Pix

O Pix, sistema brasileiro de pagamentos instantâneos, ampliou sua presença internacional e agora pode ser usado em supermercados de Lisboa, Oeiras e Cascais, em Portugal. A expansão começou após testes bem-sucedidos na cidade de Braga, que concentra cerca de 20 mil brasileiros, e foi viabilizada por parceria entre o Braza Bank, no Brasil, e a Unicre, que opera terminais de pagamento no varejo português. A rede Continente, uma das maiores do país, já oferece o serviço em 18 lojas, com planos de ampliar para todo o território nacional.

Segundo o Banco Central, o Pix já é aceito também em países como Estados Unidos (Miami), França, Chile, Argentina, Uruguai, Espanha e Paraguai, por meio de acordos com empresas intermediárias de pagamento. O sistema permite que brasileiros paguem compras em reais, com conversão automática para a moeda local e visualização imediata do valor pago em ambas as moedas. Para o lojista, há incidência de taxa operacional de cerca de 3%, além de IOF e variação cambial.

O consultor financeiro Maurício Baum afirma que, mesmo com a equiparação do IOF às operações de câmbio feitas no exterior, o Pix ainda é mais vantajoso que o cartão de crédito. Isso porque há apenas uma conversão cambial — de reais para euros, no caso de Portugal — enquanto nos cartões, em geral, a operação passa por dólares antes da moeda final. Além disso, o cliente já conhece o valor exato no momento da compra, sem surpresas posteriores na fatura.

A adoção do Pix em Portugal ganhou força pela alta concentração de brasileiros — estima-se que sejam mais de 550 mil no país, sendo 350 mil na região de Lisboa. O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, reconheceu a importância desse público para o comércio local. Apesar do avanço, por enquanto o serviço no exterior se limita a pagamentos; transferências internacionais via Pix ainda não estão disponíveis.