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Para Luciana Genro, impeachment é opção retrógrada

Da folha:

Ex-candidata à presidência da República pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), Luciana Genro publicou há pouco mais de um mês artigo em que se posicionava contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), mas a favor de sua renúncia e da convocação de eleições gerais no país.

“A melhor forma de resolver a crise política é devolver a soberania a quem ela pertence: o povo”, diz.

A proposta gerou debate dentro do partido e, passada a tormenta política do final de 2015, Genro defende que a remoção de quem quer que seja do Executivo não resolverá a situação do país. “O Congresso Nacional está contaminado pelas mesmas indecências permitidas pela chapa Dilma-Temer.”

Para ela, imprescindível é o “debate sobre como sair da crise”. Segundo Genro, diante recessão econômica, da corrupção sistêmica que “toma conta do governo atual e chega, de forma cada vez mais clara, ao governo FHC”, e da crise de legitimidade, é necessária a discussão de uma “mudança profunda na estrutura dos sistemas político e econômico” do país.

Genro, hoje candidata às eleições municipais em Porto Alegre (RS), diz que mudanças só ocorrerão quando houver mobilização popular. “Isso nunca será obra das elites políticas e econômicas do país.”

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“Sou contra o impeachment porque, para que tenha legitimidade, tem de ser fruto da mobilização popular que aponte para uma saída positiva, progressiva, e não para um retrocesso.

Esse impeachment é retrógrado: vai fazer com que o sistema sobreviva dando poder a figuras que não têm representatividade política nem legitimidade. E não vai oferecer saída real dessa situação de crise econômica e de corrupção sistêmica.

As propostas apresentadas por quem impulsiona o impeachment, e pelo próprio Michel Temer, que é um inimigo na trincheira do governo, são para aprofundar esse modelo. A Agenda Temer propõe flexibilização de direitos trabalhistas, desvinculação das receitas orçamentárias que são constitucionalmente destinadas a saúde e educação… Ou seja, é um modelo que só vai piorar a situação do povo.”

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