De Portal Vermelho, a deputada estadual pelo Rio Grande do Sul, Manuela D’Ávila (PCdoB), candidata derrotada à vice-presidência da República, está na Europa a convite do grupo parlamentar de esquerda do Parlamento Europeu. Saindo de Estrasburgo, na França, ela chegou à Itália para compromissos em Nápoles e Roma e conversou com a RFI direto da sede do Partido da Refundação Comunista, na capital italiana.
A deputada criticou o fato de que o órgão Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) tinha conhecimento das operações financeiras envolvendo a família Bolsonaro, mas não se pronunciou durante as eleições. “Esse caso concreto apenas evidencia algo que nós já dizíamos: Bolsonaro não é um ‘outsider’, ele é o mais ‘insider’, alguém que faz a política mais velha do Brasil. Com 26 anos de mandato, 26 anos de absolutamente nenhuma produção, 26 anos elegendo os filhos políticos”, afirma. “Ou seja, essa é a pior tradição da política brasileira, que vem desde as Capitanias Hereditárias, mas que se perpetua com as criação dos clãs, quer dizer, não ideias, mas famílias, gerações tomando conta do Estado brasileiro. A política velha.”
Manuela D’Ávila ressaltou que a esquerda brasileira terá dois grandes desafios pela frente. “O primeiro é resistir a um conjunto de reformas que serão propostas por Bolsonaro, ultra-conservadoras, como a reforma da Previdência, e que tendem a contar com o apoio da elite financeira do país de maneira muito intensa porque essa é uma agenda que interessa ao sistema bancário. Nós estaremos diante de um governo que buscará tirar ainda mais direitos dos mais pobres”, disse.
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