Apoie o DCM

“Para o Brasil melhorar, Bolsonaro precisa sair, diz Economist

Reprodução/Economist

A nova edição da revista The Economist traz um relatório especial sobre o drama da covid-19 no Brasil e a omissão do governo Bolsonaro no combate à pandemia.

De acordo com a reportagem, está na hora de Bolsonaro ir. “Futuro do Brasil depende do resultado das eleições de 2022”, diz a revista.

Leia alguns trecho:

Três meses depois que Bolsonaro se tornou presidente, ele ordenou que o exército marcasse o 55º aniversário do golpe. Sua assessoria de imprensa distribuiu um vídeo em que um homem explica que a década de 1960 foi uma “época de medo”. Os comunistas estavam “matando seus compatriotas” em nome de uma ideologia de esquerda. O público saiu às ruas, implorando por intervenção. Então “o Brasil lembrou que tinha um exército”. O preto e o branco mudam de cor conforme a música aumenta e a bandeira do Brasil aparece. “O exército nos salvou”, diz o homem.

A ditadura militar do Brasil matou 434 pessoas, muito menos do que os regimes da Argentina e do Chile. Isso explica em parte como, depois de devolver o poder a um governo civil em 1985, o exército se tornou a instituição em que os brasileiros mais confiam. É também por isso que Bolsonaro foi capaz de explorar seu passado militar para ser eleito.

O exército até agora impediu Bolsonaro de uma “aventura” antidemocrática, nas palavras de Santos Cruz. Quanto tempo pode fazer isso é menos claro. Bolsonaro pode tentar se agarrar ao poder se perder no ano que vem, alegando que ganhou e incitando protestos. “Só Deus vai me remover”, disse ele. Ele diz que o voto eletrônico está sujeito a fraude e que facilitou as leis sobre armas para “armar o povo” contra os “ditadores”. Seus fãs incluem policiais e bandidos. O exército pode achar que precisa escolher entre a democracia e o senhor Bolsonaro.