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Paris 6 entra em colapso e trava guerra judicial com franqueados e investidores

Paris 6. Foto: Reprodução

O empresário Isaac Azar, dono do restaurante Paris 6, enfrenta uma série de disputas judiciais com ex-franqueados e investidores, enquanto tenta reorganizar financeiramente a marca. Criado como um bistrô paulistano e depois expandido por meio de franquias, o negócio acumula acusações de ambos os lados: Azar diz que os franqueados usaram produtos “não homologados” e comprometeram a qualidade dos pratos; já os empresários afirmam que o dono da marca impôs restrições abusivas e não cumpriu promessas contratuais.

Entre os reclamantes estão os franqueados Marcos Antonio Gaban Monteiro, do shopping SP Market, e Bruno Recrosio, do shopping Aricanduva, que alegam falta de apoio, controle excessivo e preços superfaturados de insumos. Recrosio diz que foi obrigado a assinar contrato de exclusividade com a Ambev, ficando proibido de vender produtos da Coca-Cola, e que não pôde usar o iFood, o que teria reduzido seu faturamento. Já Monteiro acusa Azar de lucrar com contratos de fornecedores e de alterar a operação das cozinhas sem aviso, comprometendo a qualidade dos alimentos.

O impasse também envolve o ex-master franqueado Fernando Perrone Del Dottore, que administrou parte das unidades entre 2021 e 2024. Dottore confirma problemas na rede, mas nega ter prejudicado a marca. Desde a ruptura da parceria, Azar vem vencendo ações contra franqueados que continuaram usando o nome Paris 6, mas enfrenta dificuldades maiores com credores e investidores.

Segundo documentos obtidos pelo UOL, o Paris 6 acumula dívidas de pelo menos R$ 21 milhões, entre tributos, empréstimos e cobranças de fornecedores. O jogador Muriqui, ex-Vasco, investiu R$ 1,8 milhão na expansão da rede e processou Azar por inadimplência, obtendo decisão favorável na Justiça paulista. O empresário afirma que está quitando débitos e reconstruindo a marca, hoje reduzida a quatro unidades ativas no país.