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Rússia se prepara para invadir a Ucrânia

 

A Ucrânia acusou a Rússia neste sábado de enviar milhares de soldados adicionais para a Crimeia e colocou seus militares posicionados na área em alto estado de alerta, enquanto a península do Mar Negro parecia estar escapando do controle de Kiev.

A agência de notícias russa RIA afirmou que autoridades pro-Rússia da região, que tem uma maioria étnica russa, e a frota russa do Mar Negro baseada lá concordaram em proteger os edifícios importantes. O premiê regional, Sergei Aksyonov, disse que a tripulação da frota já estava posicionada, de prontidão.

O principal aeroporto civil da península na cidade de Simferopol anunciou que fechou todo o seu espaço aéreo. A Rússia acusou atiradores apoiados por Kiev de atacar o edifício do Ministério do Interior, ferindo funcionários, em uma “perigosa provocação”.

A linguagem utilizada por Moscou lembrava os tempos da Guerra Fria, quando a União Soviética sentiu que seus Estados aliados na Europa Oriental estavam ameaçados por intrigas do Ocidente, algo que o Kremlin citou nas últimas semanas como um fator na crise.

A Alemanha descreveu o desenrolar dos acontecimentos das últimas horas como perigoso. O ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, disse que conversou com o chanceler russo, Sergei Lavrov, e apelou para que haja um “alívio” das tensões.

O Parlamento da Rússia, insultando claramente o alerta do presidente norte-americano, Barack Obama, contra uma intervenção russa, pressionou o presidente russo, Vladimir Putin, a “tomar medidas para estabilizar a situação na Crimeia e usar todos os meios disponíveis para proteger a população da Crimeia contra a tirania e a violência.”

Depois da derrubada do então presidente ucraniano Viktor Yanukovich, no fim de semana passado, a Crimeia rapidamente se tornou o foco de uma crise com grande perigo para toda a região. Para muitos russos, a Crimeia e sua “Cidade Heroica” de Sebastopol, da era soviética, sitiada pelos invasores nazistas, têm uma ressonância emocional muito forte.

Para a Ucrânia, independente da Rússia desde o colapso da União Soviética em 1991 e que já enfrenta uma crise econômica, sua perda seria um enorme golpe.

 

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REUTERS