Pastor lobista no governo Bolsonaro quase foi nomeado pelo atual ministro da Educação

O Ministério da Educação, comandado até pouco tempo por Milton Ribeiro, trabalhou oficialmente para que o pastor Arilton Moura fosse admitido em um cargo comissionado na pasta. O trâmite ocorreu por iniciativa do atual chefe da pasta, Victor Godoy Veiga, que antes era secretário-executivo no MEC.
Arilton Moura e Gilmar Santos são atores centrais no escândalo envolvendo os casos de propina dentro do MEC com prefeitos de cidades do interior do país. À imprensa, diversos gestores falaram em casos envolvendo até troca de favores em ouro.
Em uma declaração, Milton Ribeiro chegou a dizer que facilitava os pedidos de um dos amigos dos pastores a pedido do presidente Bolsonaro (PL).
Salário de aliado do presidente era de R$ 10 mil
O jornal Folha de São Paulo teve acesso ao documento que apresenta a pretensão de contratação do pastor. Victor Godoy solicitou que Arilton fosse nomeado no cargo de gerente de projetos da secretaria-executiva do MEC, com um salário de R$ 10.373,30.
Além do documento, foram enviados outros seis com declarações de idoneidade morais, reputação ilibada, currículos e ausência de vínculos empregatícios. O trâmite ocorreu até o mês de dezembro de 2020.
No entanto, no dia 11 do mês, o processo consta uma negativa da Casa Civil após consulta no Sinc (Sistema Integrado de Nomeações e Consultas), o que impossibilitou a contratação.
O MEC e a Presidência ainda não se manifestaram publicamente.