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Paulo Guedes quer usar reservas cambiais para reduzir dívida

O economista Paulo Guedes, futuro ministro da Economia – Fernando Frazão/Arquivo/Agência Brasil

Segundo publicação do O Globo, antes mesmo de assumir, a equipe econômica de Jair Bolsonaro ressuscitou uma velha discussão: o Brasil tem ou não dólares demais guardados para se proteger de crises externas? Para o futuro superministro da área, Paulo Guedes, sim. Conforme revelado pelo jornal Valor Econômico, ele defende a redução das reservas internacionais.

Os recursos seriam usados para diminuir a dívida pública, que é um entrave ao crescimento. O país tem hoje reservas de US$ 380,9 bilhões, que funcionam como um seguro contra turbulências. Mas manter esse colchão tem um custo.

— Não existe essa necessidade de carregar tantas reservas. Esse é um seguro muito caro — disse Guedes.

Analistas, organismos internacionais e alguns técnicos do governo Michel Temer consideram que as reservas estão muito elevadas e que bastariam US$ 200 bilhões. Mas há a questão de quando vender as reservas. Se isso for feito em um período de calmaria, os investidores poderiam comprar os dólares e usá-los para adquirir mais títulos do governo, o que aumentaria o endividamento.

Ou seja,a medida perderia sentido. Ontem, contudo, Guedes explicou que isso deveria ser feito em momentos de crise, quando os estrangeiros retiram recursos do país. Nesse caso, não haveria aumento da dívida. Além disso, em momentos de estresse, o dólar estaria mais caro, e o Banco Central lucraria mais com a venda.