Guedes sofre pressão do Planalto para garantir verba para o novo Bolsa Família

Faltam duas semanas para o fim do auxílio emergencial e o Planalto tem pressionado o ministro Paulo Guedes para que apresente um plano para seguir com os pagamentos. O benefício chega ao fim neste mês. Atualmente, o programa beneficia 45 milhões de brasileiros.
Porém, o ministro da Economia está focado no Auxílio Brasil, segundo a Folha de S. Paulo. O pagamento do novo Bolsa Família tem fonte orçamentária até o fim de 2021. A equalização a partir de janeiro é incerta e precisa ser resolvida até o fim do ano. Isto é para evitar infração à lei eleitoral.
Guedes quer bancar o Auxílio Brasil através do projeto do Imposto de Renda. Isso vai ocorrer através de taxação de dividendos. Porém, a proposta está parada no Senado.
Já apoiadores do presidente acusa a equipe econômica pela dificuldade em encontrar uma solução para o auxílio. O ministro é apontado como uma pessoa intransigente, criando dificuldade política.
Há uma pressão de parlamentares para que seja furado o teto de gasto. Mas Guedes não quer fazer isso.
O Auxílio Brasil é tratado por aliados de Bolsonaro como a última cartada do presidente para subir nas pesquisas. Atualmente, a popularidade do governo bolsonarista é muito baixa. Além disso, Lula é favorito para vencer as eleições presidenciais.
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Paulo Guedes pode cair
Paulo Guedes está prestes a cair e se equilibra numa corda fina. Essa é a avaliação que membros do governo fazem nos últimos dias e o motivo é um só. Bolsonaro quer vencer a eleição e considera que o ministro é um impedimento. Não apenas pela insatisfação com a relação dos dois, que é vaga, mas por outro motivo. O Centrão já avisou: é preciso uma guinada na economia para atrair o eleitorado.
Uma fonte do DCM em Brasília confirmou que, nos últimos dias, Bolsonaro tem ouvido muito Lira e Ciro Nogueira. A dupla virou melhor amiga do presidente e inimiga número 1 do ministro da economia. Para eles, o diagnóstico eleitoral para 2022 é um só: o governo precisa focar em assistencialismo e segurar a economia na canetada. Guedes é conta.
O movimento anunciado ontem pelo presidente de voltar com a bandeira na conta de luz é o primeiro sintoma. Lira e Nogueira explicaram que nenhum presidente vence com a conta de luz nesse estágio. Mas o ministro da economia havia explicado que não se podia mexer na política liberal para não incomodar o mercado. Diante da baixa aprovação, Bolsonaro mandou o mercado às favas.