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Pazuello tem má vontade com Butantan, afirma ex-número 2 de Mandetta

O General Eduardo Pazuello. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Do Valor Investe:

Coordenador executivo do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, João Gabbardo, ex-número 2 de Mandetta, disse hoje que ainda há uma “altíssima resistência” por parte do Ministério da Saúde em relação ao Instituto Butantan, de São Paulo. Para ilustrar o que classifica como “má vontade”, ele citou a demora do governo federal em pagar à entidade de pesquisa por doses encaminhadas ao Plano Nacional de Imunizações (PNI).

O médico afirmou que interpreta essa vagarosidade como dificuldade e resistência intencionais. Segundo ele, a finalidade é impedir que o Butantan ganhe mais velocidade na produção de vacinas, antes que imunizantes de outros fabricantes cheguem ao país. “Hoje completa 30 dias que nós iniciamos a vacinação em São Paulo. E nesses 30 dias não aconteceria nada, se não tivéssemos a vacina do Butantan”, pontuou.

Por contrato, o Ministério da Saúde tem até 30 dias para saldar valores referentes a vacinas já encaminhadas em janeiro ao governo federal, detalhou Gabbardo. Para ele, contudo, essa regra geral seria apenas uma formalidade, e o pagamento poderia ser feito antes para contribuir com o combate à pandemia. “Pagar em até 30 dias, não significa que tenha que pagar no 30º dia. Pode pagar no primeiro dia. E se o Ministério da Saúde tivesse essa boa vontade com o Butantan, e não essa má vontade com o Butantan, já poderia ter pago essa primeira parcela. E o Butantan com esse recurso já poderia ter contratado gente e ter acelerado o processo de vacinação”, disse o especialista.

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