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PCO sai em defesa dos bolsonaristas do Terça Livre e ataca censura do YouTube

Allan dos Santos, bolsonarista integrante do Terça Livre | Foto: Reprodução

Do Diário da Causa Operária (DCO), veículo do Partido da Causa Operária (PCO).

O YouTube removeu da plataforma, nesta quarta-feira (03), dois canais do site de extrema-direita bolsonarista Terça Livre. O banimento constitui um grave ato de censura, um atentado de grandes proporções à liberdade de expressão, não apenas da extrema-direita, mas do conjunto da população. Tal fato é a expressão do autoritarismo crescente dos monopólios de comunicação que controlam as redes sociais, hoje um dos principais veículos de informação. São os monopólios que decidem, agora de maneira aberta, o que pode e o que não pode ser dito e veiculado, uma verdadeira ditadura.

Para justificar a medida de caráter tirânico, o YouTube simplesmente, por e-mail, informou os responsáveis pelos canais que esses estavam banidos por violação grave ou repetida das diretrizes da comunidade. Evidentemente, que não se trata de mero descumprimento de diretrizes, mas de uma perseguição política de setores da burguesia imperialista com a intenção de controlar toda a informação veiculada na internet, essa medida ditatorial voltar-se-á em seguida contra a esquerda.

Um setor da esquerda pequeno-burguesa comemorou a censura feita pelos grandes monopólios. De acordo com esse setores não se trata de censura, pois seria um canal divulgador de fake news, desinformação, discurso de ódio; uma vez que o conteúdo do canal é asqueroso, como de fato era, estaria justificado o ato. A posição da esquerda, para dizer o mínimo, é de extrema ingenuidade. Acreditam, e se deixam enganar, que os monopólios que controlam a veiculação da informação na internet, que são os maiores divulgadores de mentiras, calúnias e perfídias contra os oprimidos do mundo, estão preocupados com a segurança e veracidade da informação veiculada em suas plataformas.

O fundo da posição desta esquerda é a crença na imaginária luta contra o fascismo que a direita tradicional encena, embora esteja essa falsa luta completamente desacreditada, basta ter olhos e olhar para ver. Como a esquerda pequeno-burguesa sente sua insignificância política, sua fraqueza social, apelam, pelo desespero que lhes causa a extrema-direita, para a burguesia, que essa venha ao seu socorro, de si e do regime político burguês normal a que estão acostumados e que é o seu mundo: a democracia burguesa.

Para apoiar a burguesia nessa luta – que na sua imaginação se desenrola diante de seus olhos, assim como, no celebre romance, Dom Quixote ao avistar um rebanho se aproximando imagina ser exércitos e a grande batalha na qual se encheria de glória, no final apenas conseguiu matar duas ovelhas além de perder todos os dentes da boca – abandonam todo o programa democrático de defesa dos oprimidos colocando-se como dóceis criados de seus senhores.

A liberdade de expressão, o direito de manifestar uma opinião, de criticar os poderosos, de expor abertamente uma posição contrária à hegemônica e não ser queimado vivo, preso, perseguido por isso é uma luta e uma conquista histórica dos oprimidos e que fez avançar a civilização, na medida em que possibilitou que a ciência questiona-se a fé abertamente, que o operário questiona-se o sistema de exploração sem parar na cadeia, que o colonizado questiona-se a colonização sem ser assassinado, que o esclarecimento pudesse vir a luz e se enfrentar com o obscurantismo, sem que a fogueira fosse acesa.

Apoiar os novos inquisidores, que estabelecem o que pode ou não ser dito, jogando por terra a liberdade expressão, para com isso conseguir que o poder estabelecido cale um grupo de imbecis, tendo em vista que não só os imbecis, mas todos serão calados, é trocar ouro por latão.

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