Pede esclarecimento: Ex-BNDES que contratou auditoria para abrir ‘caixa-preta’ se surpreende com valor final de R$ 48 milhões

De Idiana Tomazelli no Estado de S.Paulo.
O economista Paulo Rabello de Castro, que presidiu o BNDES entre junho de 2017 até abril de 2018, afirmou ao Estadão/Broadcast que ficou “surpreso” com o valor de R$ 48 milhões pago pela instituição de fomento a um escritório estrangeiro por uma auditoria nas operações do banco com as empresas JBS, Bertin e Eldorado Celulose. Segundo ele, a cifra desembolsada é “quatro a cinco vezes maior” que o aprovado em sua gestão.
Rabello contou que enviou uma carta ao atual presidente do banco, Gustavo Montezano, pedindo a divulgação e o esclarecimento de informações sobre o contrato, inclusive o valor inicial e a realização de eventuais aditivos (com a respectiva justificativa).
“Sugiro na carta que ele esteja preparado para informar. Ele não é o BNDES aberto? Ele já deve estar com tudo isso pronto hoje à tarde. Se fosse na minha gestão, eu estaria. Não há o que esconder aí”, afirma o ex-presidente.
O Estado revelou na segunda-feira (20) que o BNDES pagou R$ 48 milhões a um escritório estrangeiro, o Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP, mas a auditoria não apontou nenhuma irregularidade, incluindo evidência de corrupção dos funcionários do banco, nas operações com as empresas JBS, Bertin e Eldorado Celulose (todas do grupo J&F), entre 2005 e 2018.
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