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Pelé já se declarou socialista e quis ser presidente em 1994

Ex-jogador Pelé. Foto: Reprodução

Às vésperas da primeira eleição presidencial direta após a Ditadura Militar, no dia 8 de novembro de 1989, Pelé foi manchete na capa da Folha de S.Paulo após se declarar socialista e dizer que poderia se candidatar a Presidência em 1994. As declarações foram feitas no dia anterior durante uma entrevista coletiva concedida na sede do clube Sírio Libanês, na zona sul de São Paulo. A informação foi resgatada pelo jornalista Paulo Motoryn, do Brasil de Fato.

“O ex-jogador de futebol Pelé disse que poderá se candidatar à Presidência em 1994. Afirmou que se considera um socialista e que pretende criar um partido próprio caso se decida pela vida política”, dizia o jornal.

Pelé em entrevista à Folha de S.Paulo em 1989. Foto: Reprodução

Na época, o então apresentador Sílvio Santos insistia em se lançar candidato pelo Partido Municipalista Brasileiro. “Sílvio Santos é uma excelente pessoa, mas não tem base política nem plano de governo. Ele dificilmente faria uma boa administração”, afirmou.

“Se eu for candidato, vou procurar fazer um plano com antecedência e participar dos debates na TV”, disse Pelé. Questionado, o ex-atleta se declarou socialista e disse que, se entrasse para política, atuaria dentro dessa linha ideológica.

Pelé em entrevista à Folha de S.Paulo em 1989. Foto: Reprodução

Além deste momento, Pelé se posicionou a favor da campanha das “Diretas já” em 1984 e em 1969, dedicou seu milésimo gol da carreira às “criancinhas pobres”. Mesmo assim, o ex-jogador nunca foi associado à esquerda, já que “ficou marcado” pela relação com a Ditadura Militar que governava o Brasil durante o tricampeonato da Copa de 1970, no México.

“Acho que muita gente não entendeu o que eu estava querendo dizer [sobre as criancinhas]. Fui um pouco criticado, com pessoas me chamando de demagogo. Achavam que eu não tinha sido sincero. Mas isso não me incomodou. Acredito ser importante que pessoas como eu mandem mensagens sobre a questão da educação. Não haverá futuro se você não educar os jovens”, escreveu em sua autobiografia, publicada em 2010.

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