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Peru: Entenda a confusão que levou presidente a dissolver o Congresso, que revidou o tirando do cargo

Martín Vizcarra. Foto: Reprodução/Facebook

O Peru mergulhou em um impasse político num único dia que levou o país a ter um Congresso dissolvido e conflagrado e novas eleições parlamentares marcadas para janeiro.

Presidente do Peru, Martín Vizcarra, tentava mudar o modelo de escolha dos membros do Tribunal Constitucional, mas o Congresso peruano decidiu nesta segunda-feira (30) ignorar o pedido presidencial. Vizcarra queria evitar que a corte superior do país fosse controlada por nomes ligados à oposição fujimorista e decidiu tomar uma medida drástica de dissolver o Parlamento. A escalada da crise levou os responsáveis pelas Forças Armadas e pela Polícia Nacional a se reunirem com Vizcarra para demonstrar “seu total apoio à ordem constitucional e ao presidente”.

Para entender: Peru está rachado politicamente desde as eleições de 2016, quando o esquerdista Pedro Pablo Kuczynski venceu Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, por uma margem pequena de votos. Kuczynski acabou dois anos depois acuado diante de denúncias de corrupção ligadas à Operação Lava Jato e decidiu renunciar à Presidência em 2018. Em seu lugar assumiu o primeiro-vice-presidente, Martín Vizcarra. Este, tal qual seu antecessor, enfrentaria um cerco permanente da oposição, que controla o Congresso. O mais recente dos embates entre o Executivo e o Legislativo ocorreria nesta semana. Vizcarra decidiu dissolver o Congresso por considerar que os parlamentares ignoraram um questionamento feito por ele sobre o processo de escolha de magistrados para o Tribunal Constitucional, previsto para ser votado ontem. De acordo com Vizcarra, esse processo não tem transparência nem garante a divisão dos poderes.

Horas depois do anúncio de sua dissolução, o Congresso aprovou a suspensão do presidente da República por 12 meses alegando “incapacidade temporária”.”Vizcarra ameaçou fazer à força o que a razão e a lei não lhe permitiram alcançar”, diz a moção aprovada pelo plenário do Congresso. Congressistas também empossaram formalmente a vice-presidente Mercedes Aráoz como “presidente interina” do país em uma nova escalada da crise.

As informações são da BBC Brasil.