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Pesquisador da USP e ex-feirante na Bahia estuda novas tecnologias para vacina contra Covid-19

Da Folha de S.Paulo

Gustavo Cabral, 38, trabalha no desenvolvimento de vacinas contra a covid

Aos sete, Guga já trabalhava na roça da família, plantando feijão e milho e, depois, vendendo os alimentos na feira em Tucano, interior da Bahia. Na adolescência, teve a própria banca onde vendia carne.

Repetiu três vezes a oitava série e, aos 18, decidiu que teria destino diferente dos irmãos, que abandonaram os estudos no ensino fundamental.

Hoje, o imunologista Gustavo Cabral de Miranda, 38, com pós-doutorado na Universidade de Oxford, integra o time de pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédica da USP, que, em conjunto com o InCor (Instituto do Coração), busca desenvolver uma vacina contra o coronavírus a partir de partículas semelhantes a vírus, as VLPs (Virus Like Particles). (…)

Foi o primeiro da família a se graduar. Em seguida, fez mestrado em imunologia na Universidade Federal da Bahia, com foco em doenças parasitárias e nanotecnologia. O doutorado foi na USP, em São Paulo, em imunologia. Tinha bolsa de pesquisa e morava na residência universitária. (…)

Ao terminar o doutorado na USP, foi aceito em um pós doutorado na Universidade de Oxford, Reino Unido. Ficou lá três anos e meio trabalhando com vacinas no Instituto Jenner, referência mundial e onde foi desenvolvida a “vacina de Oxford”, licenciada pela farmacêutica AstraZeneca. (…)

“Se perdermos a confiabilidade na produção de qualquer vacina, será um prejuízo histórico muito grande.”

Em 2021, além da pesquisa, Miranda lecionará no doutorado do departamento de biotecnologia da USP uma disciplina sobre o desenvolvimento de vacinas e de diagnóstico, usando nanotecnologia. (…)