Pesquisadora brasileira vence prêmio por inovação na agricultura sustentável

A pesquisadora Mariângela Hungria, da Embrapa, foi anunciada como vencedora do World Food Prize 2025, prêmio internacional conhecido como o “Nobel da Alimentação”. O reconhecimento destaca sua contribuição científica de mais de quatro décadas para a agricultura sustentável, especialmente no desenvolvimento de soluções biológicas que reduziram o uso de fertilizantes químicos em larga escala.
Ela é referência global na microbiologia do solo e pioneira na criação de inoculantes microbianos à base de rhizobia e Azospirillum brasilense, que permitem às plantas fixar nitrogênio naturalmente. Suas tecnologias estão presentes em mais de 40 milhões de hectares no Brasil, beneficiando culturas como soja, milho, trigo, arroz e feijão.
O impacto é estimado em até US$ 40 bilhões de economia anual para produtores e redução de cerca de 180 milhões de toneladas de CO₂ equivalente por ano. A produção de soja foi uma das mais beneficiadas, passando de 15 milhões de toneladas nos anos 1970 para uma projeção de 173 milhões em 2025, colocando o Brasil na liderança mundial do setor.
A própria pesquisadora define seu legado como parte de uma “Microrrevolução Verde”, em referência ao uso de microrganismos como motor da produtividade com menor impacto ambiental. Mariângela Hungria é a primeira mulher brasileira a conquistar o World Food Prize. A cerimônia oficial de entrega do prêmio ocorrerá em outubro de 2025, na cidade de Des Moines, Iowa, sede da fundação responsável pela premiação.