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Pilotos discutiram corte de combustível segundos antes de queda de avião

Avião caiu na Índia e deixou cerca de 240 mortos. Foto: reprodução

Um relatório preliminar divulgado nesta sexta-feira (11) revelou que o corte no fornecimento de combustível foi a principal causa da queda do voo 171 da Air India, que matou 260 pessoas em Ahmedabad, na Índia. O Boeing 787-8 Dreamliner caiu segundos após a decolagem com destino a Londres, deixando apenas um sobrevivente entre as 242 pessoas a bordo. Outras 29 vítimas estavam no solo, atingidas pelos destroços.

A investigação identificou que os botões que controlam o fluxo de combustível foram colocados na posição de corte (“cutoff”) apenas três segundos após a decolagem. A caixa-preta registrou um diálogo entre os pilotos no qual um deles pergunta por que os motores haviam sido desligados — o outro nega ter feito a ação. Os comandos de religamento ocorreram cerca de dez segundos depois, mas a aeronave já havia perdido altitude crítica.

Os botões responsáveis pelo corte de combustível são protegidos por travas para evitar acionamentos acidentais, e especialistas afirmaram que seria improvável um erro involuntário. O relatório não apontou falha técnica nos motores nem recomendou ações corretivas à fabricante, sugerindo que os sistemas funcionavam normalmente até o momento da interrupção.

A Air India confirmou que o comandante Sumeet Sabharwal tinha mais de 15 mil horas de voo e que o copiloto Clive Kunder somava 3.403 horas de experiência. A companhia opera 33 aeronaves do mesmo modelo, todas agora sob inspeção. O relatório final ainda não tem data para ser divulgado, mas o documento preliminar levanta suspeitas sobre falha ou ação humana como causa principal do desastre.