PM que assassinou jovem negro com 11 tiros pelas costas é condenado a 2 anos no semiaberto

O policial militar Vinicius de Lima Britto foi condenado a dois anos e um mês no regime semiaberto pela morte de Gabriel Renan da Silva Soares, jovem negro atingido por 11 tiros em um mercado de São Paulo, em novembro de 2024. Segundo o júri popular, o PM cometeu homicídio culposo, ou seja, sem intenção de matar. A juíza Viviane de Carvalho Singulane determinou ainda a perda do cargo público e fixou indenização de R$ 100 mil à família. “Diante do pedido do Ministério Público fixo a indenização […] no valor de R$ 100.000,00”, escreveu.
Imagens de câmeras de segurança mostraram que Gabriel, que havia furtado produtos de limpeza, escorregou ao tentar fugir e não estava armado. Os vídeos também revelaram que não houve diálogo e que o policial disparou pelas costas. A versão inicial de Britto afirmava que a vítima teria dito “não mexe comigo, que estou armado”, mas o registro desmentiu a alegação. Gabriel era sobrinho do rapper Eduardo Taddeo, do grupo Facção Central, e a Justiça decidiu revogar o pedido de prisão preventiva do PM.
O histórico de Britto revela que ele foi reprovado em um exame psicológico antes de ingressar na Polícia Militar, por apresentar “problemas de sociabilidade e descontrole emocional”. Mesmo assim, foi aceito após novo concurso no mesmo ano. “A defesa entende que a decisão dos jurados foi correta porque o réu não teve o dolo de matar agindo com imprudência”, afirmou o advogado Mauro Ribas.