PM que matou campeão mundial de jiu-jitsu se torna réu por homicídio triplamente qualificado

Foto: Reprodução/Montagem
A denúncia do Ministério Público contra Henrique Otávio de Oliveira Velozo, tenente da Polícia Militar que matou o octacampeão mundial de jiu-jitsu Leandro Lo com um tiro na cabeça, foi aceita pelo juiz Claudio Juliano Filho, e tornou o PM réu pela morte do atleta.
A prisão temporária do PM, que venceria nesta segunda-feira (5), foi convertida pela Justiça para uma que não tem data de liberação para o acusado.
Na decisão do magistrado, o tenente é descrito como uma “pessoa altamente perigosa, que, em liberdade, coloca em risco a ordem pública” e, por isso, deve permanecer preso. Há um mês que Velozo é mantido no presídio Romão Gomes, em São Paulo.
“Segundo informações constantes dos autos, o réu tem o costume de andar armado, sem qualquer necessidade, em ambientes públicos e onde são vendidas bebidas alcoólicas, o que multiplica as possibilidades de resultados análogos ao narrado na denúncia”, escreveu o juiz.
O crime foi cometido no dia 30 de agosto, e o MP conferiu a denúncia de Henrique por homicídio triplamente qualificado.
“Trata-se de crime gravíssimo, homicídio triplamente qualificado, praticado covardemente por Policial Militar que, embora estando de folga, portava sua arma particular e a disparou para matar a vítima, em local onde ocorria um show que reunia mais de mil pessoas”, escreveu o promotor Romeu Galiano Zanelli Júnior.
“A sociedade espera exatamente o oposto”, que não se espera como conduta daqueles que são encarregados assegurar os membros da comunidade “jamais venham deles atos de violência e desrespeito para com as vidas dos seus semelhantes”, complementou.
De acordo com a defesa de Henrique Velozo, que se manteve em silêncio no depoimento, o PM agiu em legítima defesa ao ser cercado pelo lutador Leandro Lo e seus amigos.
Henrique, que admitiu ter atirado na cabeça do lutador, não participou da simulação da morte do atleta. A simulação é feita com base no depoimento das testemunhas que falaram com a polícia.