Poço de crânios sugere que maioria dos sacrifícios na China era de homens

Um estudo publicado em 26 de novembro na revista “Nature” analisou o DNA de um conjunto de crânios encontrados na antiga cidade de Shimao, no norte da China, e concluiu que a maior parte das vítimas de sacrifícios humanos era formada por homens. O chamado “poço de crânios”, identificado em 2018 na província de Shaanxi, apresentou nove homens para cada mulher entre os indivíduos sacrificados, contrariando interpretações anteriores que vinculavam esses rituais principalmente a mulheres.
A análise genética envolveu 169 amostras de restos humanos de Shimao e de assentamentos vizinhos. Os resultados confirmaram que os homens decapitados não eram estrangeiros, mas integrantes da própria comunidade. O estudo também identificou dois tipos de rituais: um modelo de decapitação masculina, com deposição das cabeças próximo aos portões da cidade, e outro no qual uma mulher era enterrada junto a uma pessoa de status elevado.
Os pesquisadores observaram ainda ligações genéticas entre Shimao e grupos do sul da China, sugerindo movimentos populacionais complexos na região entre 2.300 e 1.800 a.C. As práticas de sacrifício, segundo o estudo, seguiam funções ritualísticas distintas para homens e mulheres, associadas a construções, funerais e hierarquias sociais daquela sociedade.
