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Policiais da chacina do Jacarezinho são denunciados por homicídio e fraude processual

Moradores do Jacarezinho protestando logo após a operação policial que resultou em 25 mortes. Foto: Mauro Pimentel/AFP
Moradores do Jacarezinho protestando logo após a operação policial que resultou em 25 mortes. Foto: Mauro Pimentel/AFP

Dois policiais civis que participaram da chacina do Jacarezinho foram denunciados pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro na quinta-feira (14). A operação da polícia na favela do Jacarezinho, que aconteceu no dia 6 de maio de 2021, foi a mais letal da história do Rio.

Um dos policiais foi denunciado pelo homicídio de Omar Pereira da Silva, no interior de uma casa, e por fraude processual. A denúncia diz que a vítima estava encurralada num quarto, desarmada e já baleada no pé, quando foi morta. Ainda de acordo com a denúncia, o policial que efetuou o disparo e um outro agente retiraram o cadáver do local antes da perícia de local de morte violenta. Esse outro agente foi denunciado por fraude processual.

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A ação da polícia no Jacarezinho terminou com 28 mortos, sendo 27 civis e um policial. Essa é a primeira denúncia que a força-tarefa montada pelo MP-RJ ofereceu para investigar a chacina.

A denúncia do Ministério Público também diz que os policiais civis inseriram uma granada no local do crime. No momento do registro da ocorrência, eles apresentaram uma pistola e um carregador dizendo, de forma falsa, que os objetos estavam em posse da vítima.

“Com tais condutas, os denunciados (…), no exercício de suas funções públicas e abusando do poder que lhes foi conferido, alteraram o estado de lugar no curso de diligência policial e produziram prova por meio manifestamente ilícito, com o fim de eximir (…) de responsabilidade pelo homicídio ora imputado ao forjar cenário de exclusão de ilicitude”, diz um trecho da denúncia.

A Promotoria pediu o afastamento dos dois policiais de suas funções.

Com informações da Folha de S. Paulo