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Policial morre em protesto na Índia contra visita de Trump

Carros e casas foram queimados pelos manifestantes; um policial morreu após levar uma pedrada na cabeça – AFP

De Praveen S. no site Brasil de Fato.

Nova Delhi, capital da Índia, vive uma escalada de violência horas antes da visita de Donald Trump. O presidente estadunidense está em Ahmedabad, oeste do país, e chegará à capital na próxima terça-feira (25). Até o momento, três pessoas foram mortas nos conflitos e dezenas estão feridas.

Os protestos contra a emenda à lei de cidadania (CAA, na sigla em inglês), que discrimina a população muçulmana, ocorrem há dois meses em toda a Índia, com atos em universidades e bloqueio de ruas. A medida foi assinada no fim de 2019 pelo primeiro-ministro de extrema direita Narendra Modi. 

As manifestações eram pacíficas até domingo (23), quando Kapil Mishra, integrante do Partido do Povo Indiano (BJP), o mesmo de Modi, incitou seus aliados a praticarem atos de vandalismo para tentar desbloquear ruas que haviam sido fechadas no sábado (22) por manifestantes anti-CAA. Essa atitude foi corroborada pela polícia de Delhi, que ordenou o desbloqueio em até três dias.

Movimentos anti-CAA acusam a polícia de usar gás lacrimogêneo contra um ato pacífico e de permanecer passiva enquanto os partidários de Modi, em maior número, atiravam pedras em direção ao lado oposto da rua.

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Os atos em defesa da emenda à lei de cidadania são liderados pelo grupo paramilitar Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS), de extrema direita. O BJP, partido de Modi, é um dos braços dessa organização, que pretende “refundar” a Índia com base nos valores do hinduísmo, religião predominante no país.

A postura de Misha e das forças de segurança da capital provocaram a revolta de cidadãos indianos que protestam pacificamente desde dezembro contra as medidas que discriminam muçulmanos. Inflamados, eles também passaram a atirar pedras, além de incendiar dezenas de lojas, casas e carros no distrito de Jaffrabad. Ratan Lal, membro da polícia de Delhi, foi morto com uma pedrada na cabeça nesta segunda-feira (24). Além dele, outros dois civis morreram, contudo, os nomes não foram confirmados.

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