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“Policial não é criminoso”, diz Moro, diferente do governador do Ceará

Sergio Moro NELSON ALMEIDA / AFP

De Renato Vasconcelos e Lôrrane Mendonça no Estado de S.Paulo.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou que o governo federal vê com preocupação o motim de policiais militares no Ceará, considerado ilegal pelo ex-juiz, mas destacou que não se pode tratar o amotinado, “de maneira nenhuma, como um criminoso”. A Justiça decretou a prisão preventiva de 43 PMs em batalhões do Estado.

“O governo federal vê com preocupação a paralisação que é ilegal da Polícia Militar do Estado. Claro que o policial tem que ser valorizado, claro que o policial não pode ser tratado de maneira nenhuma como um criminoso. O que ele quer é cumprir a lei e não violar a lei, mas de fato essa paralisação é ilegal, é proibida pela Constituição. O STF (Supremo Tribunal Federal) já decidiu isso”, disse o ministro em Foz do Iguaçu, no Paraná. O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), por sua vez, já classificou o movimento como criminoso.

O governo federal renovou por mais uma semana, até o dia 6, o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Ceará. Antes da prorrogação, governadores de ao menos seis Estados se mobilizavam para enviar policiais militares de suas tropas para reforçar a segurança no Ceará, caso o presidente Jair Bolsonaro não mantivesse soldados por lá. São 2,5 mil homens do Exército e 300 agentes da Força Nacional nas ruas da capital, Fortaleza, e interior.

Na segunda-feira passada, 24, Moro viajou a Fortaleza para acompanhar a operação. Na ocasião, o ministro afirmou que a situação estava sob controle. Desde que os motins se iniciaram, no entanto, houve um aumento no número de crimes violentos em todo o Estado. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Ceará, foram registradas 219 mortes, entre 19 e 26 de fevereiro.

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