‘Pombal de luxo’ em área tombada revolta moradores de Higienópolis

Imagem: Camila Brandalise/UOL
Um novo edifício residencial com apartamentos tipo estúdio, localizado na rua Barão de Limeira, no bairro de Higienópolis, São Paulo, tem causado indignação entre moradores e urbanistas. Construído em uma área tombada por seu valor histórico, o prédio tem uma grande quantidade de unidades minúsculas — algumas com menos de 20 metros quadrados.
Moradores da vizinhança acusam a incorporadora de descaracterizar a paisagem protegida da região e de desrespeitar o patrimônio arquitetônico do bairro Campos Elíseos. Além do impacto visual, há críticas ao modelo de moradia proposto: os microapartamentos seriam, segundo moradores, “verdadeiros cativeiros verticais”, sem ventilação e insolação adequadas, com densidade que pode gerar sobrecarga na infraestrutura local.
O edifício foi erguido mesmo após questionamentos sobre sua legalidade, e está sendo investigado pelo Ministério Público. A área onde ele se encontra é alvo de diretrizes do Conpresp (órgão de proteção ao patrimônio paulistano), o que, segundo críticos, exigiria restrições quanto ao gabarito e à volumetria da obra: o que não foi respeitado.
A incorporadora responsável pelo projeto, que ainda não comentou publicamente as críticas, já vendeu grande parte das unidades, destinadas principalmente ao público jovem e a investidores do mercado imobiliário.