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“Ponta da praia”: Bolsonaro fez referência a área de desova de mortos durante a ditadura militar

O presidente eleito, Jair Bolsonaro – Tânia Rêgo/Arquivo Agência Brasil

Em publicação na Folha de S. Paulo, Anna Virginia Balloussier discorre sobre o que seria o lugar ao qual o presidente eleito Jair Bolsonaro se referiu:

Em outubro, a uma semana da eleição, milhares de admiradores de Jair Bolsonaro (PSL) ficaram extasiados ao ouvi-lo prometer enviar “a petralhada” para a “ponta da praia”.

O que Bolsonaro quis dizer com isso?, era a pergunta que muitos se fizeram após o presidenciável declarar: “Petralhada, vai tudo vocês pra ponta da praia. Vocês não terão mais vez em nossa pátria porque eu vou cortar todas as mordomias de vocês. Vocês não terão mais ONGs para saciar a fome de mortadela. Será uma limpeza nunca vista na história do Brasil”.

Um local para executar opositores. Ao menos é essa a referência usada por Bolsonaro, que nesta terça (1º) será empossado como 38º presidente do Brasil, o terceiro militar eleito  pelo voto direto —antes do capitão reformado vieram Hermes da Fonseca, em 1910, e Eurico Gaspar Dutra, 1945.

Ponta da praia é uma referência à base da Marinha na Restinga da Marambaia, no Rio, onde Bolsonaro passou o Natal. “Um local onde mais uma vez pude vivenciar a relação social de extrema importância entre os moradores, civis e militares da região”, ele tuitou sobre a experiência.

A mesma ponta da praia com o tempo virou uma gíria entre militares linha dura para designar lugar clandestino para interrogatório com tortura e eventual morte, explica o professor de história da UFRJ Carlos Fico, especializado na ditadura militar brasileira.

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