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Por que o feijão tropeiro é patrimônio da culinária mineira?

Feijão Tropeiro. Foto: Divulgação

Com raízes fincadas no Brasil colonial, o feijão tropeiro é muito mais do que um prato típico: é uma herança cultural que atravessou séculos sem perder seu valor. Surgiu nas trilhas dos tropeiros — comerciantes que, entre os séculos XVIII e XIX, cruzavam o interior do país levando mercadorias em lombo de mulas. Precisavam de alimentos práticos, duráveis e nutritivos. Daí nasceu essa mistura robusta de feijão, farinha de mandioca, ovos, torresmo e temperos frescos.

O prato logo se espalhou pelos estados do Sudeste, especialmente Minas Gerais, onde ganhou identidade própria. Hoje, o feijão tropeiro é símbolo da culinária mineira e presença garantida em almoços de domingo, festas juninas, celebrações familiares e cardápios de restaurantes que valorizam as raízes brasileiras.

Com o tempo, o preparo foi sendo adaptado de acordo com os ingredientes regionais e os gostos de cada família. Há quem inclua linguiça, couve refogada ou até pedaços de carne de sol. Mas o essencial permanece: sabor forte, aroma inconfundível e o resgate de uma época em que a comida era feita com sustança e afeto.

Saborear um bom feijão tropeiro é também saborear um pedaço da história nacional. É se reconectar com a simplicidade dos caminhos do interior, com os saberes passados de geração em geração e com o orgulho de um país que se expressa também pelo que coloca à mesa.