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Porcentagem de brasileiros que acham que a Terra é plana é estarrecedora

Ilustração mostrando a Terra em formato de disco.
Foto por: BBC News Brasil

O terraplanismo, um remédio milagroso contra o vírus que assolou o mundo ou a “mentira” que querem esconder de você sobre a chegada do homem à lua. Essas são algumas das teorias conspiratórias mobilizadas em diferentes segmentos da sociedade para recrutar medos e ansiedades e, ao mesmo tempo, oferecer conforto e explicações sobre a complexidade do mundo. Tema de estudos feitos por pesquisadores que articulam psicanálise ao fenômeno político, a adesão aos discursos conspiracionistas entre os brasileiros também foi medida e detalhada na pesquisa de opinião pública quantitativa “A cara da democracia”, divulgada neste domingo (3) pelo Pulso.

Os dados ajudam a entender o perfil de quem acredita nessas teses comprovadamente falsas, que ganham escala com as redes sociais, e a evolução de seus resultados. Ao cruzar níveis de escolaridade e respostas a perguntas como se é verdadeiro ou falso quando a pergunta é se a terra é plana, verifica-se que, estão mais concentrados em grupos com menos escolaridade. Enquanto, na população geral, 20% acreditam na teoria falsa, esse percentual chega a 27% entre quem é analfabeto ou completou somente os anos iniciais do ensino fundamental.

Nas teorias consideradas mais ideológicas e associadas ao bolsonarismo, no entanto, a escolaridade deixa de ser fator relevante. Um dos casos mais emblemáticos é a afirmação de que há uma conspiração global da esquerda para tomar o poder.

Enquanto 28% da faixa com menor escolaridade dizem acreditar na conspiração, os índices ficam em 38% entre quem tem ensino médio completo ou incompleto e 37% na população com ensino superior completo ou incompleto. O patamar é próximo aos 41% que cursaram ou concluíram os anos finais do ensino fundamental e acreditam na teoria.

Feita pelo Instituto da Democracia (IDDC-INCT), a pesquisa entrevistou presencialmente 2.538 eleitores em 201 cidades em todas as regiões do país entre os dias 4 e 16 de junho, e foi financiada pelo CNPq e Fapemig, com margem de erro total de 1,9 ponto percentual, e índice de confiança de 95%.

O cientista político Leonardo Avritzer, da UFMG, destaca que há os dois caminhos para entender a adesão de brasileiros aos apelos conspiratórios:

“Há, um amplo processo de desinformação em questões como se a terra é plana. Isso se dá devido ao nível baixo de escolaridade ou as redes sociais, especialmente quando recebem informações das estruturas de confiança delas, como instituições religiosas, família, ou local de trabalho”, declarou ao jornal O Globo.

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