Porto de Santos registra corrida de exportadores antes das tarifas americanas

O Porto de Santos, o maior da América Latina, viveu um movimento intenso de exportadores brasileiros em preparação para a entrada em vigor das novas tarifas norte-americanas, previstas para 1º de agosto. Segundo a Autoridade Portuária de Santos, houve um aumento de 96% nos embarques de proteína animal (como carnes bovina, suína, frango e miúdos) durante as duas primeiras semanas de julho.

A corrida veio acompanhada por crescimento significativo em outros setores. A exportação de café teve um impulso expressivo de 17%, especialmente direcionada ao mercado dos Estados Unidos, conforme relatado pelas autoridades portuárias. Esse comportamento mostra que os produtores anteciparam as operações para evitar os impactos da taxação de 50%.

Além do recorde em proteína animal e café, houve também aumento de 70% no tráfego de caminhões transportando mercadorias até o terminal — indicativo de uma mobilização ampla da cadeia logística. A medida certamente exigiu um esforço operacional e mobilizou recursos adicionais no porto.

Esse movimento evidencia a vulnerabilidade do agronegócio brasileiro a mudanças bruscas na política comercial internacional, e reforça a importância de planejamento e diversificação de mercado para mitigar riscos de tarifas protecionistas. A antecipação dos embarques foi uma estratégia clara para “escapar” da sobretaxa americana.

Com o prazo apertando, o Porto de Santos correu contra o relógio para processar a demanda extra, mobilizando tanto produtores quanto transportadoras. Esse comportamento estratégico reforça o papel do porto como janela vital para o comércio exterior brasileiro, com relevância direta para setores-chave como carnes e café.