Pouco antes de demitir Alvim, Bolsonaro disse-lhe que “não retrocedesse e seguisse com a agenda”
Do Globo:
Roberto Alvim, secretário especial da Cultura recém-demitido por Jair Bolsonaro, começou a manhã desta sexta-feira atendendo a uma ligação do presidente da República às 7h30. Era a primeira de uma série de explicações que pretendia dar: entrevistas com a imprensa ocupavam sua agenda até 14h.
Bolsonaro o questionou sobre o vídeo publicado na noite de quinta-feira, em que ele parafraseava um discurso do ministro da Propaganda nazista, Joseph Goebbels. Alvim disse se tratar de uma coincidência e ouviu do chefe que não retrocedesse e seguisse com a agenda, inicialmente programada para divulgar o Prêmio Nacional das Artes.
Em poucas horas, no entanto, a situação mudou. Bolsonaro decidiu demitir o secretário. Enquanto a reportagem do GLOBO aguardava para ser atendida — o terceiro veículo da fila — Alvim atendia a sucessivas ligações, entrando e saindo do gabinete. Em sua mesa, ainda estava a cruz de Lorena, símbolo medieval da resistência, honra e fé cristãs, mostrada com destaque no vídeo.
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