“Foi feito pouco jornalismo e muita propaganda”, diz Mário Magalhães sobre período da Lava Jato

O escritor, biógrafo e jornalista Mário Magalhães fez críticas a cobertura da imprensa durante a Operação Lava Jato, em entrevista ao programa “Jornalistas e Etc”, do Uol, nesta terça-feira (07).
Ele disse que o período foi um dos piores momentos da imprensa brasileira e que foi feito mais propaganda do que jornalismo.
“Acho que foi feito pouco jornalismo e muita propaganda. Um dos piores momentos do jornalismo brasileiro, que veio sucedido de um grande momento, que foi a cobertura da pandemia, contra um governo de comissais da morte”, afirmou o escritor. Comissais da morte é o nome dado aos seguidores de Voldemort, vilão de Harry Potter.
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Mário Magalhães criticou, também, a cobertura que está por vir em relação à possível candidatura presidencial do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (Podemos). Ele supõe que mais uma vez a imprensa se comportará como propagandista de Moro.
“Quanto mais propaganda se dispuser a fazer, pior para a sociedade, que precisa de informação para que possa, autonomamente, tomar seu próprio juízo”, analisou.
Ele é o autor da biografia de Carlos Marighella, chamada “Marighella: O guerrilheiro que incendiou o mundo”, publicada em 2012. O filme dirigido por Wagner Moura, lançado recentemente, é uma adaptação para os cinemas da obra de Mário Magalhães.
O biógrafo se disse muito feliz com a adaptação do filme: “Estou felicíssimo com o filme do Wagner. Ele teve a sapiência e sorte de contar com uma equipe de luxo; o elenco é assombroso”, elogiou. Mário disse ainda que, mesmo se pudesse, não mudaria nada no filme.