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Praga do Egito? Mar da Galileia fica vermelho e assusta cristãos

Mar da Galileia com coloração vermelha. Foto: reprodução

O Mar da Galileia, um dos locais mais sagrados do Oriente Médio, chamou a atenção este mês quando suas águas adquiriram uma tonalidade vermelho-sangue intensa. O fenômeno, que rapidamente viralizou nas redes sociais, remeteu à primeira praga do Egito descrita no Livro do Êxodo, quando as águas do Nilo teriam se transformado em sangue. “É um sinal da ira de Deus pelo que está acontecendo”, comentou um usuário nas redes, refletindo o tom apocalíptico que dominou parte das reações.

Especialistas israelenses, no entanto, explicam que a mudança de cor tem origem natural. De acordo com o Ministério da Água de Israel, o fenômeno foi causado pela proliferação da microalga Botryococcus braunii, que produz pigmentos avermelhados em condições específicas de temperatura e radiação solar. Testes realizados pelo Laboratório de Pesquisa Kinneret confirmaram que a água permanece segura para banho e consumo, descartando qualquer risco à saúde.

Este não é um evento inédito na região. O Mar da Galileia, também conhecido como Lago de Tiberíades, já registrou episódios semelhantes em anos anteriores, especialmente durante os meses mais quentes. A alga responsável pelo fenômeno é estudada pela indústria de biocombustíveis, pois produz hidrocarbonetos semelhantes ao petróleo bruto.

Apesar da explicação científica, o evento ganhou dimensão simbólica por ocorrer em um local central para judeus, cristãos e muçulmanos. O Mar da Galileia, segundo a Bíblia, foi palco de vários milagres de Jesus, como andar sobre as águas e a multiplicação dos pães, o que reforça a conexão entre fenômenos naturais e narrativas religiosas na região.