Apoie o DCM

Prefeito bolsonarista suspende passe livre de ônibus em Porto Alegre no dia das eleições

O prefeito de Porto Alegre Sebastião Melo e o presidente Jair Bolsonaro
Foto: Alan Santos/PR

Às vésperas das eleições deste ano, os munícipes de Porto Alegre descobriram que não poderão contar com o transporte gratuito para comparecer aos locais de votação. O fim da gratuidade causou indignação nas redes sociais sobre os verdadeiros motivos por trás da mudança da legislação.

O final do passe livre foi sancionado pelo prefeito Sebastião Melo (MDB) em dezembro de 2021, por meio de uma lei apresentada pelo próprio governo municipal.

“Entendemos ser imprescindível a extinguirmos o passe livre nas datas em que ocorrem eleições, uma vez que não mais persiste situação fática que justifique a necessidade de tal isenção. Isso porque a ampla distribuição geográfica das seções eleitorais no Município de Porto Alegre atualmente permite aos eleitores votarem em local próximo à sua residência, o que afasta a necessidade do uso do transporte coletivo em tais deslocamentos”, informou o texto do prefeito.

“Um domingo de passe livre representaria um gasto de R$ 1,2 milhão, que seriam custeados pela prefeitura”, afirmou o secretário municipal de Mobilidade Urbana da Capital (Semurb) Adão de Castro (PSDB), em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha.

O parágrafo que definia, dentre outras datas, “os dias de eleições em qualquer nível” como dias que a população poderia utilizar os ônibus sem pagar a tarifa, foram removidos.

Na manhã desta quarta-feira (28), diversas personalidades políticas e internautas se manifestaram em meio a decisão do prefeito Gaúcho.

“O governo bolsonarista de Porto Alegre terminou com o passe livre no dia da eleição. Qual será o interesse de tentar impedir o deslocamento para votação da camada mais pobre da população?” questionou a ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB), que desistiu de concorrer ao Senado em função de uma série de ataques e ameaças feitas por militantes bolsonaristas e de extrema direita.

Outros perfis também criticaram o fim da gratuidade sugerindo que o objetivo é favorecer a candidatura de reeleição de Jair Bolsonaro.

“Porto Alegre não terá passe livre no dia da eleição. Justo na eleição em que Bolsonaro perde na camada +  pobre da população. Um escândalo! A caneta do Prefeito Melo a serviço dos interesses das empresas de ônibus e, na prática, do pior presidente que a história recente já viu”, publicou a deputada federal e candidata à reeleição Fernanda Melchior (PSOL) .

“Inacreditável! Justo no dia das eleições, Porto Alegre não terá passe livre. Os vereadores e o prefeito da Capital tiraram a possibilidade de muitos exercerem a cidadania e democracia. Qual o interesse em impedir o deslocamento para votação dos mais pobres?”, escreveu a candidata a deputada federal Juliana Brizola (PDT).

A isenção de tarifa na cidade tem apenas duas datas, e agora é restrita para seis ocorrências por ano: no dia de Nossa Senhora dos Navegantes (2 de fevereiro) e em campanhas de vacinação de grande relevância e alcance, conhecidas como “Dia D”.

Veja a repercussão no Twitter:

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link