Prefeitura de BH recomenda que homens não se vistam de mulher no Carnaval, mas foliões ignoram

DO TEMPO
No primeiro domingo de Carnaval após a divulgação da cartilha no “Diário Oficial do Município” (DOM) de Belo Horizonte, que recomenda, entre outras práticas, que os foliões homens não se vistam de mulher, poucos não seguiram as orientações e optaram pelo vestuário feminino.
O folião Leonardo Elias, por exemplo, foi um dos únicos a curtir o bloco Asa de Banana, na região da Savassi, nesta tarde, com vestido e peruca.
“Acho uma besteira isso. Minha fantasia é uma brincadeira, não é para ofender ninguém”, disse.
Segundo a cartilha, homem se vestir de mulher, “além de ser machista e desrespeitoso com as mulheres”, é uma fantasia “preconceituosa com as pessoas trans e apenas reforça os esteriótipos de gênero”.
A cartilha também fala sobre fantasias que fazem alusão aos povos indígenas, ciganos e nega maluca.
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Já para a estudante de psicologia Tainá Ribeiro, 23, que foi ao bloco Me Beija que Sou Pagodeira, as recomendações são importantes.
“Finalmente criaram essa medida. Precisamos levar isso a sério, as pessoas precisam entender que não é ‘mimimi'”, disse.
Para os responsáveis pelos blocos, a cartilha chega num momento oportuno. Matheus Brant, um dos organizadores do Bloco Me Beija que Sou Pagodeira, comentou sobre o assunto. “Acho providencial que seja uma cartilha, e não uma lei, mas alerta as pessoas sobre esse tema tão importante, que precisa ser discutido”, comentou.
O vocalista do bloco Asa de Banana, Pedro Andrade, também gostou da medida. “Eu acho que a cartilha chegou em um momento oportuno, em que essas pessoas precisam se atentar. Precisamos respeitar uns aos outros e as individualidades de cada um”, ressaltou.