Pregabalina e sertralina: o que os remédios tomados por Bolsonaro podem causar

Jair Bolsonaro afirmou ao STF que tentou romper a tornozeleira eletrônica após acreditar que havia uma escuta instalada no aparelho. O ex-presidente atribuiu o episódio ao uso combinado de pregabalina, utilizada para ansiedade e dores crônicas, e sertralina, antidepressivo indicado para transtornos depressivos e ansiosos. Segundo seu depoimento, a sensação de paranoia e a impressão de estar sendo monitorado o motivaram a agir na madrugada de sábado. Com informações do Globo.
A pregabalina atua reduzindo estímulos nervosos e é associada a possíveis efeitos como tontura, desorientação e confusão, especialmente no início do tratamento. Já a sertralina pertence ao grupo dos inibidores seletivos de recaptação de serotonina e pode provocar agitação, náusea, tremores e, em casos raros, alucinações. Especialistas afirmam que ambos os medicamentos podem ser usados conjuntamente, mas exigem acompanhamento rigoroso.
A psiquiatra Natalia Travenisk Hoff explica que a combinação pode aumentar o risco de hiponatremia, queda no nível de sódio no sangue. O distúrbio provoca sintomas como dor de cabeça, dificuldade de concentração, sonolência e, em situações mais graves, alucinações. O risco é maior em idosos e pacientes com desidratação. Na maior parte dos casos, o quadro é reversível com exames e ajustes de tratamento.
De acordo com as bulas, os efeitos adversos mais comuns incluem sonolência, visão turva, perda de apetite, indigestão e alterações de humor. Alucinações relacionadas à sertralina ocorrem em menos de 2% dos pacientes e costumam surgir nas primeiras semanas ou após aumentos abruptos de dose. Hoff reforça que quem utiliza essas medicações deve informar o médico diante de qualquer quadro agudo para evitar reações inesperadas.
